PORTUGAL PERDEU COM A GEÓRGIA POR UM PONTO, mas a verdade é que em nenhum momento do jogo os Lobos foram superiores aos Lelos!
E não foram superiores porque os Lelos são muito melhores que os portugueses? Não!
Os portugueses não foram superiores porque em quase todo o jogo não mostraram vontade de serem melhores.
Está claro que não é fácil fazer uma crónica deste jogo, pois qualquer palavra, qualquer crítica vai ser encarada como um ataque à nossa seleção ou à direção federativa.
Mas não será por isso que o Mão de Mestre vai deixar de falar nos assuntos, nem o facto de discordar com as opções utilizadas, quer dizer que estamos a atacar este ou aquele - quer apenas dizer que temos uma opinião diferente.
Quem esteve no Estádio Universitário não pode ter deixado de chegar ao intervalo com uma mistura complexa de sentimentos.
Primeiro, temos que estranhar a atitude do público. Só no final do jogo, quando só o coração mandava, se ouviu puxar por Portugal! Parecia que o pessoal estava ali a fazer um frete!
Como podem exigir mais empenho aos jogadores quando quem vai ver os Lobos jogar está ali como se estivesse na padaria a comer uns pãezinhos quentes??
Ou seja, na pior das hipóteses, o público teve o espetáculo que mereceu.
Mas isto é desculpa para o que se passou dentro de campo? Sinceramente acho que não.
O problema é que eu não acredito que um só dos jogadores utilizados estivesse desmotivado ou desinteressado.
"Falta de atitude" disse Errol Brain no final do jogo.
Mas porque terá acontecido assim? Porque se terão apresentado os jogadores com falta de atitude?
Creio que a verdade está bem longe deste simplismo que roça a demagogia.
Creio que a questão terá de ser equacionada a outro nível.
Será que Portugal abordou o jogo de hoje com uma atitude tática correta?
Será que as opções tomadas foram as melhores para que Portugal se pudesse opor com êxito ao adversário do dia?
Será que as opções tácticas foram adequadas às circunstâncias?
Com franqueza temos sérias dúvidas em relação a estas questões.
Está claro que não é fácil abordar esta questão, até porque estão em jogo dois dos melhores jogadores portugueses da actualidade.
Mas a verdade é que cada um deles oferece um conjunto de opções diferentes à equipa, sem em nenhum momento pôr em questão a sua capacidade e competência.
Mas isso não invalida que cada um deles só deva ser utilizado em função da opção táctica que se pretenda desenvolver.
É obvio que estamos a falar do médio de formação da seleção: Pedro Leal ou José Pinto?
Cada um deles oferece um leque diferente de opções, mas essas opções condicionam toda a movimentação da equipa, e por isso mesmo, as suas hipóteses de êxito em função do adversário.
Pedro Leal é um jogador mais fino, melhor executante com os pés, talvez mais hábil na transmissão da bola.
José Pinto é mais fogoso, mexe com os avançados, não deixa que a temperatura baixe na casa das máquinas.
Jogar com Pedro Leal significa deixar os nossos avançados mais soltos, menos dedicados ao trabalho de cada segundo, dar-lhes mais espaço e tempo para recuperarem.
Com José Pinto em campo os oito da frente não têm descanso, não há tempo para relaxar, a adrenalina está sempre no seu ponto máximo.
E, na nossa opinião só assim será possível vencer equipas do nosso nível ou de um nível ligeiramente superior ao nosso.
Hoje, com a utilização de um sistema táctico que pretendeu fazer a bola fugir do contacto ao nível dos avançados, e que tentou mesmo fazer chegar a bola aos pontas no menor espaço de tempo possível, Portugal demonstrou que não tinha ambição de dominar, antes estava a jogar apenas para não ser dominado!
Os Lelos deram-os uma lição de como fazer para ganhar o jogo, especialmente desde a entrada do numero 22 para abertura. A partir desse momento, só um milagre - que quase aconteceu - poderia dar a vitória à nossa equipa.
E esse milagre quase acontece, quando Portugal deixou de temer o adversário e o encarou, olhos nos olhos e disse - Eu não tenho medo de vocês!
Mas era tarde, e a Geórgia saiu de Lisboa com uma merecida vitória, talvez a mais importante da história dos jogos entre as duas equipas.
Os nossos avançados não começaram bem nas formações ordenadas - área em que a Geórgia vinha com os maiores pergaminhos - mas toda a equipa defendeu ao melhor nível.
Já tínhamos tido a impressão que os Lobos estão bem melhores a defender do que no passado, e hoje tivemos a confirmação dessa opinião.
E só isso nos salvou de um resultado pesado.
Com o decorrer do tempo - no segundo tempo - a nossa formação melhorou e terminou o jogo em superioridade, devolvendo ao georgianos o roubo de uma introdução, para resgatar as três bolas perdidas nas nossas introduções no primeiro tempo..
Nos alinhamentos nunca conseguimos acertar, com erros sucessivos a tirarem-nos a posse da bola nas nossas introduções, mas os nosso avançados compensaram estes erros com uma excelente cobertura do terreno e uma entrega que subiu de nível nos últimos 13 minutos de jogo, chegando mesmo a dar a impressão que a vitória seria possível.
O mesmo se passou nas linhas atrasadas, que estiveram muito bem a defender, mas que fraquejaram completamente com a bola na mão.
Na verdade não me recordo de nenhuma situação com princípio, meio e fim, conduzida pelas nossas linhas atrasadas.
Resumindo e para não prolongar o sofrimento de escrever uma crónica do diabo, eu até acabo por estar de acordo com Errol Brain: faltou atitude a Portugal.
Mas ela faltou porque as opções tácticas não foram as mais adequadas para a situação, e não porque os nosso Lobos se tenham levantado esta manhã e tenham dito; hoje não me está a apetecer ganhar!
Foto: António Simões dos Santos
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CLASSIFICAÇÕES ANO A ANO
domingo, 27 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
ESCOLHIDOS LOBOS PARA A RÚSSIA COM ALGUMAS AUSÊNCIAS DE PESO
A AUSÊNCIA DE JOSÉ PINTO E VASCO UVA SÃO AS NOTAS MAIS IMPORTANTES DA EQUIPA QUE SE DESLOCA à Rússia para o segundo jogo do Campeonato da Europa das Nações, no próximo fim de semana.
Mas não são estas as únicas alterações que a equipa sofre, já que entra também Cristian Spachuk para a primeira linha, enquanto para a terceira linha foi chamado Luis Sousa e para as linhas atrasadas Bernardo Silveira.
Errol Brain viaja apenas com um médio de formação, no caso Pedro Leal que deixa o lugar de defesa para António Aguilar, com José Lima a fixar-se na ponta.
Desconhecemos se existe alguma razão física ou de natureza pessoal que impeça José Pinto e Vasco Uva de viajar, mas a verdade é que são duas baixas muito importantes na equipa, com destaque para o médio de formação que é o verdadeiro motor do jogo ofensivo dos Lobos.
Já o tínhamos referido na semana passada, e repetimos agora que consideramos um erro a subida de Pedro Leal para a formação, provocando o recuo de Aguilar, já que a equipa provou estar em excelentes condições e bem afinada com Leal atrás e Aguilar à direita.
Uma seleção que pretende disputar o título europeu não pode ter apenas um médio de formação de raiz e estar sujeita a soluções de recurso - Leal é um excelente defesa, mas à roda da formação Pinto é quem manda.
Se Errol Brain não encontra de imediato uma solução para o problema em Portugal, então que dê uma olhada ao que se passa com os médios de formação portugueses em França, já que estamos convencidos que por lá encontrará uma resposta para a questão.
Nos avançados a ausência de Vasco Uva também se estranha, pois apesar de não ter marcado um ensaio feito no início da segunda parte contra a Roménia, foi claramente um dos melhores jogadores em campo.
(De acordo com uma informação que acaba de nos chegar, Vasco Uva está na eminência de ser pai a qualquer minuto e essa será a razão da sua saída da equipas, mas não conseguímos saber o que se passa com José Pinto.)
É uma pena que isto tenha acontecido, e é um risco que Brain está a correr, pois aquelas linhas atrasadas que jogaram de início na semana passada são, sem qualquer dúvida, a melhor solução para Portugal, e provavelmente o melhor conjunto do Europeu.
Para sair José Pinto, impunha-se a entrada de um formação de características semelhantes, e nem pensar em mexer no restante.
Veja a convocatória dos 23 que vão a Sochi, e fique a conhecer a previsão meteorológica para a cidade que os portugueses conheceram no ano passado, num jogo que ditou o princípio do fim do nosso sonho colectivo de participação no Mundial 2011.
Mas não são estas as únicas alterações que a equipa sofre, já que entra também Cristian Spachuk para a primeira linha, enquanto para a terceira linha foi chamado Luis Sousa e para as linhas atrasadas Bernardo Silveira.
Errol Brain viaja apenas com um médio de formação, no caso Pedro Leal que deixa o lugar de defesa para António Aguilar, com José Lima a fixar-se na ponta.
Desconhecemos se existe alguma razão física ou de natureza pessoal que impeça José Pinto e Vasco Uva de viajar, mas a verdade é que são duas baixas muito importantes na equipa, com destaque para o médio de formação que é o verdadeiro motor do jogo ofensivo dos Lobos.
Já o tínhamos referido na semana passada, e repetimos agora que consideramos um erro a subida de Pedro Leal para a formação, provocando o recuo de Aguilar, já que a equipa provou estar em excelentes condições e bem afinada com Leal atrás e Aguilar à direita.
Uma seleção que pretende disputar o título europeu não pode ter apenas um médio de formação de raiz e estar sujeita a soluções de recurso - Leal é um excelente defesa, mas à roda da formação Pinto é quem manda.
Se Errol Brain não encontra de imediato uma solução para o problema em Portugal, então que dê uma olhada ao que se passa com os médios de formação portugueses em França, já que estamos convencidos que por lá encontrará uma resposta para a questão.
Nos avançados a ausência de Vasco Uva também se estranha, pois apesar de não ter marcado um ensaio feito no início da segunda parte contra a Roménia, foi claramente um dos melhores jogadores em campo.
(De acordo com uma informação que acaba de nos chegar, Vasco Uva está na eminência de ser pai a qualquer minuto e essa será a razão da sua saída da equipas, mas não conseguímos saber o que se passa com José Pinto.)
É uma pena que isto tenha acontecido, e é um risco que Brain está a correr, pois aquelas linhas atrasadas que jogaram de início na semana passada são, sem qualquer dúvida, a melhor solução para Portugal, e provavelmente o melhor conjunto do Europeu.
Para sair José Pinto, impunha-se a entrada de um formação de características semelhantes, e nem pensar em mexer no restante.
Veja a convocatória dos 23 que vão a Sochi, e fique a conhecer a previsão meteorológica para a cidade que os portugueses conheceram no ano passado, num jogo que ditou o princípio do fim do nosso sonho colectivo de participação no Mundial 2011.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
36 PRÉ CONVOCADOS PARA O JOGO NA RÚSSIA
ERROL BRAIN CONVOCA 36 JOGADORES PARA ESTA SEMANA, na preparação do jogo com a Rússia, com a chamada de um segundo médio de formação e mais dois terceiras linhas.
Esta chamada de um novo número nove vem dar razão aos nossos comentários, e mesmo que acabe por levar apenas um à Rússia, Brain vai acabar por ter que se socorrer de um segundo verdadeiro especialista no lugar.
Desta vez a convocatória saíu a João Oliveira de Agronomia, e os terceiras linhas que vieram reforçar o conjunto da semana passada são Sebastião Cunha do Belenenses e Luis Sousa do Direito.
A outra novidade no lote dos pré-convocados foi a substituição de Rui D'Orey por Fernando Almeida do Vitória de Setúbal, que passa assim a ser o único jogador da Primeirona a integrar o lote de elite.
Veja a lista dos 36 escolhidos de Errol Brain.
PILARES
João Junior (CDUL), Jorge Segurado (Direito), Cristian Spachuk (Colomiers), Juan Murré (El Salvador), Anthony Alves (Montauban) e João Mateus (Académica);
TALONADORES
João Correia (Direito), Bernardo Duarte (Agronomia), Nuno Taful (Direito); Lionel Campergue (Pau);
2ªS LINHAS
Gonçalo Uva (Montpellier), Juan Severino (Agronomia), Eduardo Acosta (Direito) e Fernando Almeida (Setúbal);
3ªS LINHAS
Julien Bardy (Clermont), Laurent Balangue (Colomiers), Vasco Uva (Direito), Tiago Girão (CDUL), Jacques Le Roux (Agronomia), Sebastião Cunha (Belenenses) e Luis Sousa (Direito);
MÉDIOS DE FORMAÇÃO
José Pinto (Direito) e João Oliveira (Agronomia);
MÉDIOS DE ABERTURA
Joseph Gardener (Aubenas) e Pedro Cabral (CDUL);
CENTROS
Pedro Silva (Belenenses), Francisco Mira (Agronomia), Francisco Serra (Académica), Frederico Oliveira (CDUL) e Carl Murray (CDUL)
PONTAS
Gonçalo Foro (CDUL), José Lima (Agronomia), Adérito Esteves (Direito) e Bernardo Silveira (CDUL)
DEFESAS
Pedro Leal (Direito) e António Aguilar (Direito)
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Esta chamada de um novo número nove vem dar razão aos nossos comentários, e mesmo que acabe por levar apenas um à Rússia, Brain vai acabar por ter que se socorrer de um segundo verdadeiro especialista no lugar.
Desta vez a convocatória saíu a João Oliveira de Agronomia, e os terceiras linhas que vieram reforçar o conjunto da semana passada são Sebastião Cunha do Belenenses e Luis Sousa do Direito.
A outra novidade no lote dos pré-convocados foi a substituição de Rui D'Orey por Fernando Almeida do Vitória de Setúbal, que passa assim a ser o único jogador da Primeirona a integrar o lote de elite.
Veja a lista dos 36 escolhidos de Errol Brain.
PILARES
João Junior (CDUL), Jorge Segurado (Direito), Cristian Spachuk (Colomiers), Juan Murré (El Salvador), Anthony Alves (Montauban) e João Mateus (Académica);
TALONADORES
João Correia (Direito), Bernardo Duarte (Agronomia), Nuno Taful (Direito); Lionel Campergue (Pau);
2ªS LINHAS
Gonçalo Uva (Montpellier), Juan Severino (Agronomia), Eduardo Acosta (Direito) e Fernando Almeida (Setúbal);
3ªS LINHAS
Julien Bardy (Clermont), Laurent Balangue (Colomiers), Vasco Uva (Direito), Tiago Girão (CDUL), Jacques Le Roux (Agronomia), Sebastião Cunha (Belenenses) e Luis Sousa (Direito);
MÉDIOS DE FORMAÇÃO
José Pinto (Direito) e João Oliveira (Agronomia);
MÉDIOS DE ABERTURA
Joseph Gardener (Aubenas) e Pedro Cabral (CDUL);
CENTROS
Pedro Silva (Belenenses), Francisco Mira (Agronomia), Francisco Serra (Académica), Frederico Oliveira (CDUL) e Carl Murray (CDUL)
PONTAS
Gonçalo Foro (CDUL), José Lima (Agronomia), Adérito Esteves (Direito) e Bernardo Silveira (CDUL)
DEFESAS
Pedro Leal (Direito) e António Aguilar (Direito)
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LOBOS DERRUBAM CARVALHOS
UMA VITÓRIA POR 24-17 FOI O RESULTADO JUSTO DO ENCONTRO QUE OPÔS PORTUGAL À ROMÉNIA, no primeiro jogo do Campeonato da Europa das Nações de 2011, abrindo excelentes perspectivas quanto ao futuro de Portugal na competição.
Os três ensaios marcados por Portugal que ditaram a terceira vitória da história do rugby luso frente aos romenos – e aquela que teve maior expressão, já que as duas anteriores aconteceram apenas por um ponto de vantagem – pecou apenas por escassa, já que apesar do maior poder dos carvalhos nas formações ordenadas, quem dominou o sector avançado foram mesmo os portugueses, quer defendendo de forma a não permitir a conquista da linha de vantagem por parte dos visitantes, mas também pela contínua pressão que aplicaram sobre os adversários, com constantes raides onde os romenos menos esperavam – pelos avançados.
Portugal começou bem com um ensaio de Pedro Silva logo na primeira bola de jogo, com uma sucessão de pontapés para lá e para cá, que o centro português aproveitou da melhor maneira – tirando partido da dificuldade de movimentação das linhas atrasadas romenas – e marcando entre os postes.
A transformação de Joe Gardener foi simples, o mesmo se não podendo dizer da penalidade que ele transformou a cerca de 55 metros dos postes, com uma facilidade que dá crédito à sua condição de grande pontapeador.
Mas foi só aos 22 minutos de jogo que a sorte se mostrou lançada, quando António Aguilar na conclusão de um movimento que começou na nossa área de 22, marcou o segundo ensaio português, e quatro minutos depois, aos 26, quando Frederico Oliveira aproveitou uma falha técnica do ataque romeno, mais uma vez junto aos nossos 22, e correu todo o campo para marcar o terceiro ensaio dos Lobos, mais uma vez transformado por Gardener.
Com o intervalo a chegar com os portugueses na frente, com uma vantagem muito apreciável (24-3), atravessou o Universitário a sensação de que poderia ser um resultado memorável.
Mas a segunda parte chegou e apesar do ritmo de jogo se manter na mesma, com os romenos a tentarem forçar o jogo pelos poderosos oito da frente, mas sem conseguirem quebrar a linha de defesa nacional, foram ainda os Lobos que perderam as duas mais claras oportunidades de marcar, quando Vasco Uva se deixou placar, já com as bancadas todas de pé, e perdeu um ensaio feito, e quando na melhor jogada dos Lobos em toda a partida, um avant infantil, deitou por água abaixo a ocasião.
Os romenos subiram de rendimento e acabaram por marcar dois ensaios tranformados, que reduziram os números aos finais 24-17, podendo os visitantes dar-se por muito felizes do ponto de bônus que levaram de Lisboa, e da tareia que não levaram, mas estiveram na eminência de sofrer.
Quanto à segunda metade do segundo tempo, vieram à tona alguns dos nossos problemas, e não compreendemos a troca que Errol Brain fez, subindo Pedro Leal para a formação e tirando José Pinto – que mais uma vez esteve muito bem no jogo com os avançados – e passando António Aguilar para a defesa.
Se a idéia era dar algum tempo de jogo a todos os elementos, então teria sido altura de manter a estrutura da equipa e substituir Gonçalo Foro, que fez um jogo excepcional, mas que denotava algumas óbvias dificuldades de recuperação física. As outras alterações nas linhas atrasadas só podem ter como justificação a vontade de dar um prémio a todos os jogadores, mas a verdade é que isso nos pode ter custado o quarto ensaio e o respectivo ponto de bônus, e nunca saberemos se mantida a estrutura da equipa os romenos teriam conseguido o ponto de bônus defensivo que levam na bagagem.
Ou seja, em vez da diferença entre as duas equipas ser, na tabela classificativa, de cinco pontos, ela é apenas de três.
Quanto aos avançados o que mais impressionou foi a decisão com que atacaram os carvalhos no seu ponto mais forte, não dando nem espaço nem tempo para eles se organizarem e ultrapassarem a linha de vantagem, obrigando-os mesmo a circular a bola pelas linhas atrasadas, que não tem competência para jogar a este nível e foram simplesmente dominadas pelos portugueses.
Numa equipa que esteve muito bem no seu geral, uma palavra para Vasco Uva na primeira parte e Julien Bardy na segunda, nos avançados, e para António Aguilar e José Pinto nas linhas atrasadas.
Agora os Lobos vão a casa dos Ursos, e a tarefa não vai ser nada fácil, apesar da vitória pouco expressiva que estes conseguiram frente à Espanha – os Leões – por 28-24, mas uma coisa é certa: a equipa está forte, com mobilidade e com muita vontade de fazer bem.
A continuação dos jogos apenas a pode fazer melhorar, e talvez fosse altura para Brain decidir pela chamada de um segundo médio de formação com rotina do lugar, pois em caso de lesão de José Pinto, com a entrada de Pedro Leal vai-se perder uma parte substancial da dinâmica dos nossos avançados.
De qualquer modo Errol Brain ganhou a aposta e pode mesmo dizer-se que acaba por ser a carta mais forte que a actual direção pode utilizar até este momento.
Parabéns a todos os envolvidos!
Foto: Miguel Carmo/FotoRugby.blogspot.com
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Os três ensaios marcados por Portugal que ditaram a terceira vitória da história do rugby luso frente aos romenos – e aquela que teve maior expressão, já que as duas anteriores aconteceram apenas por um ponto de vantagem – pecou apenas por escassa, já que apesar do maior poder dos carvalhos nas formações ordenadas, quem dominou o sector avançado foram mesmo os portugueses, quer defendendo de forma a não permitir a conquista da linha de vantagem por parte dos visitantes, mas também pela contínua pressão que aplicaram sobre os adversários, com constantes raides onde os romenos menos esperavam – pelos avançados.
Portugal começou bem com um ensaio de Pedro Silva logo na primeira bola de jogo, com uma sucessão de pontapés para lá e para cá, que o centro português aproveitou da melhor maneira – tirando partido da dificuldade de movimentação das linhas atrasadas romenas – e marcando entre os postes.
A transformação de Joe Gardener foi simples, o mesmo se não podendo dizer da penalidade que ele transformou a cerca de 55 metros dos postes, com uma facilidade que dá crédito à sua condição de grande pontapeador.
Mas foi só aos 22 minutos de jogo que a sorte se mostrou lançada, quando António Aguilar na conclusão de um movimento que começou na nossa área de 22, marcou o segundo ensaio português, e quatro minutos depois, aos 26, quando Frederico Oliveira aproveitou uma falha técnica do ataque romeno, mais uma vez junto aos nossos 22, e correu todo o campo para marcar o terceiro ensaio dos Lobos, mais uma vez transformado por Gardener.
Com o intervalo a chegar com os portugueses na frente, com uma vantagem muito apreciável (24-3), atravessou o Universitário a sensação de que poderia ser um resultado memorável.
Mas a segunda parte chegou e apesar do ritmo de jogo se manter na mesma, com os romenos a tentarem forçar o jogo pelos poderosos oito da frente, mas sem conseguirem quebrar a linha de defesa nacional, foram ainda os Lobos que perderam as duas mais claras oportunidades de marcar, quando Vasco Uva se deixou placar, já com as bancadas todas de pé, e perdeu um ensaio feito, e quando na melhor jogada dos Lobos em toda a partida, um avant infantil, deitou por água abaixo a ocasião.
Os romenos subiram de rendimento e acabaram por marcar dois ensaios tranformados, que reduziram os números aos finais 24-17, podendo os visitantes dar-se por muito felizes do ponto de bônus que levaram de Lisboa, e da tareia que não levaram, mas estiveram na eminência de sofrer.
Quanto à segunda metade do segundo tempo, vieram à tona alguns dos nossos problemas, e não compreendemos a troca que Errol Brain fez, subindo Pedro Leal para a formação e tirando José Pinto – que mais uma vez esteve muito bem no jogo com os avançados – e passando António Aguilar para a defesa.
Se a idéia era dar algum tempo de jogo a todos os elementos, então teria sido altura de manter a estrutura da equipa e substituir Gonçalo Foro, que fez um jogo excepcional, mas que denotava algumas óbvias dificuldades de recuperação física. As outras alterações nas linhas atrasadas só podem ter como justificação a vontade de dar um prémio a todos os jogadores, mas a verdade é que isso nos pode ter custado o quarto ensaio e o respectivo ponto de bônus, e nunca saberemos se mantida a estrutura da equipa os romenos teriam conseguido o ponto de bônus defensivo que levam na bagagem.
Ou seja, em vez da diferença entre as duas equipas ser, na tabela classificativa, de cinco pontos, ela é apenas de três.
Quanto aos avançados o que mais impressionou foi a decisão com que atacaram os carvalhos no seu ponto mais forte, não dando nem espaço nem tempo para eles se organizarem e ultrapassarem a linha de vantagem, obrigando-os mesmo a circular a bola pelas linhas atrasadas, que não tem competência para jogar a este nível e foram simplesmente dominadas pelos portugueses.
Numa equipa que esteve muito bem no seu geral, uma palavra para Vasco Uva na primeira parte e Julien Bardy na segunda, nos avançados, e para António Aguilar e José Pinto nas linhas atrasadas.
Agora os Lobos vão a casa dos Ursos, e a tarefa não vai ser nada fácil, apesar da vitória pouco expressiva que estes conseguiram frente à Espanha – os Leões – por 28-24, mas uma coisa é certa: a equipa está forte, com mobilidade e com muita vontade de fazer bem.
A continuação dos jogos apenas a pode fazer melhorar, e talvez fosse altura para Brain decidir pela chamada de um segundo médio de formação com rotina do lugar, pois em caso de lesão de José Pinto, com a entrada de Pedro Leal vai-se perder uma parte substancial da dinâmica dos nossos avançados.
De qualquer modo Errol Brain ganhou a aposta e pode mesmo dizer-se que acaba por ser a carta mais forte que a actual direção pode utilizar até este momento.
Parabéns a todos os envolvidos!
Foto: Miguel Carmo/FotoRugby.blogspot.com
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